quinta-feira, 10 de maio de 2018

Testemunho pela alimentação crua - Uma experiência no Taiti / Edmond Bordeux Szekely



A minha maravilhosa expedição ao Taiti nasceu do interesse por uma doença muito temida na antigüidade: a lepra. Havia estudado esta doença e os métodos utilizados pelos Essênios. Sua cura era baseada em uma combinação de jejum, de ar, de água, de plantas e de alimentos naturais.

Queria experimentar esses métodos, que considerava eficazes. Meu único problema era encontrar um leprosário onde pudesse colocar em prática minhas idéias com toda liberdade.

Descobri uma colônia de leprosos em Orofara, no arquipélago do Taiti, na Polinésia Francesa, ao sul do Oceano Pacífico. Encontrei uma situação realmente horrível. Embora o Taiti tenha clima tropical e no norte da França esteja nevando no inverno, esses pobres doentes estavam sendo tratados de acordo com manuais publicados no norte da França. Isso quer dizer, uma dieta exclusivamente de alimentos enlatados.

 Como encontrei uma quantidade enorme de latas, a primeira coisa foi organizar uma brigada chamada de "lançadores de latas". Passamos um dia inteiro arremessando as latas no oceano! Em seguida, tive que falar com os parentes dos leprosos, que vinham visitá-los regularmente. Pedi que trouxessem frutas e verduras frescas nas visitas. As famílias ficaram muito contentes, sentindo finalmente uma possibilidade de participarem do tratamento. E, mais importante, pela primeira vez sentiram esperança. Encontrar os alimentos necessários não era problema naquela ilha viçosa havia uma variedade imensa de frutas e vegetais.

O método de tratamento usado estava tão ultrapassado quanto a comida enlatada: ainda davam injeções com azul de metileno, que obviamente não faziam efeito.

Por isso, introduzi um jejum, banhos de sol, exercícios na água e uma alimentação inteiramente crua, aplicando exatamente os métodos que os antigos Essênios usavam.

 Os meus pacientes se adaptaram ao novo regime sem incidentes, com uma exceção. O obstáculo surgiu quando tentei introduzir exercícios. A doença causa um estado de terrível letargia e as enfermeiras se queixavam que não havia meio de persuadir os doentes a fazerem os exercícios prescritos.

Encontrei a resposta, olhando pela janela para um lindo riacho. Reuni alguns auxiliares musculosos e literalmente jogamos todos os doentes dentro do riacho! Obviamente eles protestaram — a água no riacho estava fria — mas os meus auxiliares não os deixaram sair. Não havia outra saída a não ser mover braços e pernas.Quanto mais se mexiam, menos desagradável era a temperatura da água. Após alguns dias desse balé compulsório na água, eu conseguia organizar exercícios sistemáticos. Eles estavam se habituando a movimentar-se e, na realidade estavam gostando de fazer exercícios pela primeira vez em muitos anos.

Não passou muito tempo para que a minha adaptação do método Essênio começasse a causar uma grande melhoria nos leprosos. Onde havia mutilações, só pudemos evitar que a doença progredisse. Entretanto, na grande maioria dos casos, houve melhoria espetacular e até cura.

Na ilha havia um excelente fotógrafo e tiramos um grande número de fotografias das diferentes fases da melhoria gradativa. Essas fotos ilustram os resultados maravilhosos conseguidos pelos métodos Essênios de cura natural.

Edmond Bordeaux Székely é descendente de Csoma de Körös, filólogo que há 150 anos compilou a primeira gramática da língua tibetana, um dicionário inglês-tibetano e escreveu a famosa obra Asiatic Researches. Dr. Bordeaux recebeu o Ph.D. pela Universidade de Paris e outros títulos das universidades de Viena e Leipzig. Conhecido filólogo em sanscrito, aramaico, grego e latim, ele falava dez línguas modernas e é autor de mais de 80 livros publicados em muitos países sobre filosofia e culturas antigas. Suas publicações sobre os Essênios e a vida biogênica atraiu interesse mundial. Em 1928 fundou a Sociedade Internacional Biogênica com Romain Rolland, Prêmio Nobel de Literatura.

Teoria metabólica da lepra

A aventura de Edmond Székely ilustra estudos que foram publicados mais tarde pelo Dr. Meny Bergel, então Diretor do Instituto de Investigações Leprológicas, em Rosario, na Argentina. Em 1982, Professor Bergel publicou o estudo analítico "Lepra (A Doença de Hansen ) não é uma doença infecciosa” e, em 1991, publicou a "Teoria Metabólica de la Lepra".

Nesses estudos, Dr. Bergel expõe seu conceito da lepra como doença de origem não infecciosa — nem produzida pelo bacilo de Hansen — mas metabólica, causada por uma alteração nos processos de auto-oxidação no organismo humano. Em resumo, ele mostra o perfil metabólico do hanseniano como sendo o seguinte: Níveis baixos de vitamina E, vitamina A, colesterol total, ácido linoléico, ácido alfa linoléico, prostaglandina E 2, selênio e zinco. Nível alto de colesterol HDL.

Deus abençoe a todos grandemente!





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