Deficiência nutricional
Câncer
é uma doença clássica de deficiência nutricional. Quando você examina o estilo
de vida de um doente com câncer, durante os anos antes do diagnóstico, você
encontra, quase invariavelmente, uma série de fatores prejudiciais. Essas
pessoas comeram muito mais alimentos cozidos e industrializados do que
alimentos naturais, frescos e crus. Eles comeram muito açúcar e doces.
É
importante salientar que alimentos crus são essenciais para a prevenção do
câncer. Alimentos crus e suplementos naturais permitiram que eu (e outros)
superassem o câncer do colo. Recebia nutrição ótima e oxigênio adicional para o
meu organismo. Alimentos cozidos, industrializados, não contêm oxigênio.
A
água fervida para preparar chá ou café, ou simplesmente beber para aquecer o
corpo, também não contém oxigênio. Entretanto, o oxigênio é necessário para
evitar que as células se tornem anaeróbicas ou radicais.
Precisamos
lembrar: as células do câncer só proliferam onde não existe oxigênio. Se nós
não respiramos profundamente ar fresco e puro a cada dia, durante alguns
minutos, se não comemos alimentos crus que contêm oxigênio, se não recebemos
oxigênio em água limpa — então estamos vulneráveis a câncer e outras doenças
degenerativas (Elizabeth Baker, autora de sete livros famosos nos EUA).
Tratamento com alimentos
crus
Dra.
Kirstine Nolfi
Antes
que me desse conta da importância dos alimentos crus, minha atitude era
exatamente a mesma de outros médicos — tratava dos sintomas da doença, sem
pensar na prevenção.
No futuro, encontrar meios de prevenção, muito
mais do que fazemos hoje, deveria ser dever da profissão médica ao invés de
tentar curar quando já é tarde.
Adotei
uma alimentação exclusivamente crua porque fiquei gravemente doente. Tive
câncer da mama. A doença, é claro, havia sido precedida de má nutrição e maus
hábitos durante doze anos de formação hospitalar. Inicialmente, descobri um
pequeno nódulo no seio direito. Cansada e sem ânimo, não prestei muita atenção
ao nódulo até cinco semanas mais tarde. Descobri que estava do tamanho de um
ovo de galinha. Havia crescido aderindo à pele — um sinal característico do
câncer.
Como
médica, estava suficientemente bem informada para não querer me submeter ao
tratamento geralmente usado nesses casos. Lembrei, então, de passar para uma
alimentação 100% vegetariana crua.
Parti
em busca da natureza. Vivi durante algum tempo em uma pequena ilha. Tomava
banhos de sol durante várias horas por dia, dormia em uma barraca e tomava
banhos de mar. Alimentei-me exclusivamente de frutas e hortaliças cruas. Mais
tarde, introduzi esse hábito de vida no sanatório Humlegaarden.
Após
dois meses, comecei a melhorar. O nódulo foi regredindo e minhas forças
voltaram. Aparentemente, estava curada e me sentia muito bem. Após um ano de
boa saúde — persuadida pelo Dr. Hindhede — tentei voltar, a título de
experiência, a uma alimentação vegetariana que incluía 50% de alimentos
vegetais cozidos. Não deu outra. Após alguns meses, comecei a sentir uma dor
aguda no seio onde o tumor havia aderido à pele. A dor aumentou e percebi que o
câncer estava crescendo novamente. O câncer voltara devido aos alimentos
cozidos.
Mais
uma vez, voltei à alimentação crua. A dor diminuiu rapidamente e eu me senti
menos cansada. Como médica, achei que deveria usar a experiência adquirida para
ajudar outras pessoas doentes.
Sob
minha iniciativa, foi criada uma sociedade anônima que comprou a propriedade
Humlegaarden. Bem adequada ao meu propósito, ela foi adaptada como sanatório
onde todos os doentes e funcionários seguiam somente a alimentação crua.
Alimentos crus são vivos
Por
que será que a alimentação 100% crua exerce um efeito tão benéfico para as
pessoas que a adotam? Em primeiro lugar, isso ocorre porque o alimento cru é um
alimento vivo, tal como nos oferece a Natureza.
É
somente a planta, com suas finas folhas verdes abertas, que consegue absorver a
luz solar e transformá-la em raízes, tubérculos, frutas e sementes. Por isso,
tanto homens como animais usam as plantas para proporcionar energia solar ao
seu organismo.
Chamo
os alimentos crus de alimentos vivos, ao contrário dos alimentos cozidos, que
considero alimentos mortos.
Devemos
cuidar para que os alimentos não contenham substâncias que contrariam a química
do organismo, para que os resíduos não fiquem retidos por muito tempo e apodreçam
no intestino grosso. Portanto, o melhor alimento é totalmente natural — não
passou por nenhum tipo de processamento. É preciso acrescentar, o alimento vivo
é muito mais fácil de digerir.
Os
alimentos crus ajudam e fortalecem o organismo de todas as maneiras porque
contêm enzimas, elementos vivos básicos e vitaminas que se combinam de forma
natural, dissolvendo e eliminando as toxinas.
Toda pessoa sensata percebe que nossa
alimentação atual é muito destrutiva. É a causa mais comum e mais grave das doenças
físicas e psicológicas e da degeneração constitucional do organismo.
Precisamos buscar hábitos de vida e uma
alimentação mais saudáveis, se queremos viver melhor agora e no futuro.
Não
podemos nos contentar, fazendo concessões, quando a vida e a saúde estão em
jogo. Precisamos adotar a única solução correta — uma alimentação 100% crua.
As
frutas secas não são tão boas quanto as frescas.
Na primavera de 1946, recebemos algumas frutas
secas (uvas-passa, tâmaras, ameixas e figos). Pensei que não faria mal
incluí-las na minha alimentação, mas estava errada. Essas frutas haviam sido
tratadas com produtos químicos a fim de preservá-las e dar-lhes melhor aspecto.
Depois de consumi-las durante três ou quatro meses, comecei, de repente, a
sentir dores violentas no tecido da mama e descobri um pequeno nódulo no seio
direito, no exato lugar do câncer anterior. Voltei a comer apenas alimentos
frescos e crus e o nódulo desapareceu.
Os
alimentos frescos crus contêm o máximo valor nutritivo, não podendo ser
aumentado nem melhorado. Esquentar, secar, armazenar, fermentar e conservar
reduz e destrói o valor.
As hortaliças cozidas têm pouco sabor; é
preciso fazer alguma coisa para torná-las saborosas. Misturamos vários
alimentos, acrescentamos sal, açúcar, condimentos e manteiga. Também removemos
o germe e o farelo do trigo, polimos o arroz, refinamos o açúcar, descascamos
as frutas e as batatas e raspamos as cenouras. Carnes, peixes, ovos e queijos
fornecem um grande excesso de proteína animal. Bebidas à base de café, cacau e
chá preto contêm estimulantes tóxicos. Além disso, conservamos alimentos com
produtos químicos — ácido benzóico, ácido salicílico, salitre, ácido bórico e
ácido sulfúrico — para que não deteriorem e tenham boa aparência. Também o uso
de medicamentos está aumentando cada vez mais. Tomamos calmantes, soníferos,
sedativos e laxantes — todos eles produtos tóxicos estranhos ao organismo.
Resultado da alimentação
viva
Vamos
abordar por um instante a maneira como essa alimentação age sobre diversas
doenças. A ação depende da idade do doente, da intoxicação, do enfraquecimento
e da deterioração de sua constituição, devido a uma alimentação nociva e maus
hábitos.
De
forma geral, haverá um efeito curativo sobre quase todas as doenças — quer
sejam adquiridas durante nossa vida ou devidas a predisposições hereditárias —
se o organismo estiver razoavelmente bem e conseguir se beneficiar de uma
alimentação exclusivamente crua.
Percebi,
também, que os doentes que se submetem totalmente à alimentação crua perdem,
aos poucos, a vontade de fumar.
Quanto
mais cedo adotarmos uma alimentação vegetariana crua, mais cedo seus benefícios
se farão sentir.
As
mulheres que adotam uma alimentação crua durante a gravidez, sentem-se melhor.
O parto é rápido e quase sem dor; o bebê sadio, forte e ágil, coopera.
Os
alimentos crus produzem leite bom e abundante, durante todo o primeiro ano, se
a mãe continuar comendo cru. Após poucos meses, ela pode começar a dar para o
bebê um complemento de frutas e hortaliças, raladas na quantidade que ele pede.
Entretanto, nunca deve dar frutas e hortaliças ao mesmo tempo — sempre
separadamente.
Mesmo
a criança que ainda não nasceu pode ser prejudicada pela má alimentação da mãe,
porque é nutrida pelo seu sangue enfraquecido. Assim, existem condições que
favorecem a doença e o nenê já nasce fraco. Após o parto, sua saúde deteriora,
principalmente quando o leite materno é de qualidade e quantidade
insuficientes. Dessa forma, no mundo civilizado, as crianças nascem fracas —
algumas mais, outras menos — e a humanidade entra em estado de degeneração.
E
quanto aos idosos ou aos doentes que adotaram essa alimentação tarde demais? O
que podem esperar? Todos podem se beneficiar da alimentação vegetariana crua.
As
pessoas precisam ser pacientes, mostrar energia e estar muito motivadas.
Precisam, também, descansar bastante, principalmente no início. Os primeiros
dias podem ser sofridos, até que estejam acostumados com essa alimentação e
hábitos de vida diferentes. Logo, porém, sentirão uma melhora. O intestino
funcionará regularmente, o que para muitos é um grande estímulo.
A
alimentação crua exerce seu efeito benéfico sobre todas as formas de reumatismo
e artrite reumática, quando essas doenças ainda não atingiram um estado muito
avançado.
Constatamos o efeito benéfico sobre as doenças
causadas por excesso de ácido úrico, sobre a psoríase, enxaqueca, pedras na
vesícula, rins e bexiga.
Quase
todas as doenças da pele são curadas com bastante rapidez. Queda de cabelo,
seborréia e caspa desaparecem. As infecções melhoram ou são curadas.
A
alimentação totalmente crua também pode beneficiar casos de câncer e de
patologias em estágio terminal.
Pode
aliviar a dor e prolongar a vida.
Quando
o câncer é tratado a tempo, é possível obter uma remissão durante muitos anos.
O tratamento com alimentos crus precisa ter início assim que o câncer é
detectado e precisa ser seguido 100%.
Seria
muito importante que os médicos adquirissem mais conhecimento nesse campo.
Médicos dinamarqueses e estrangeiros ficaram por algum tempo em Humlegaarden e
puseram sua experiência em prática com seus clientes.
A alimentação viva na
prática
Para
concluir, algumas palavras sobre as condições práticas e o uso diário de
alimentos crus. É indispensável que os alimentos sejam orgânicos. Por isso,
sentimos a necessidade de introduzir uma horta orgânica. Da mesma forma, o
solo, muito adubado com adubo químico, corre o risco de se tornar tão doente
quanto o homem — com excesso de acidez, superalimentado, dele brotam plantas
doentes, inadequadas para o consumo humano.
Cerca
de mil doentes passam por Humlegaarden a cada ano. Tanto os doentes como os
funcionários vivem exclusivamente de alimentos não cozidos e, de acordo com
nossa experiência, uma dieta de transição não é necessária.
A
alimentação varia de acordo com as estações do ano e consiste de três refeições
diárias. Fazemos uma refeição de frutas pela manhã e à noite e uma refeição de
hortaliças ao meio-dia. Nunca misturamos frutas e hortaliças.
Se
o estado dos doentes permitir, os alimentos crus são servidos inteiros; se não,
são ralados pouco antes da refeição. Uma vez ralados ou cortados em pequenos
pedaços, os alimentos perdem seu teor de vitaminas.
Os
alimentos precisam ser cuidadosamente mastigados, de preferência até que se
tornem uma papa. Mesmo aqueles que forem ralados devem ser bem ensalivados.
Os
oleaginosos fornecem um bom complemento.
A refeição vegetal consiste de folhas verdes,
raízes e tubérculos.
Todas as frutas são ingeridas com casca. No caso
de doenças como gastrite e úlcera gástrica, é preciso tomar cuidado no início.
Se
a alimentação crua for associada a hábitos de vida saudáveis, muita coisa vai
melhorar. As doenças, pouco a pouco, serão prevenidas. A obesidade se tornará
uma raridade.
A vida será alegre para as
pessoas saudáveis
O
trabalho doméstico vai se reduzir pela metade — e as horas de lazer adicionais
serão uma fonte de alegria para todos. Veremos mais pessoas com o corpo
esbelto, o porte ereto, o andar flexível, a pele fresca, os dentes brancos e
fortes, e os cabelos vigorosos. Com o corpo saudável, nossos pensamentos
negativos se transformarão em pensamentos positivos e contribuirão para o
grande progresso cultural que o mundo aguarda ansiosamente. Só então valerá a
pena viver!
Dra.
Kirstine Nolfi, famosa médica dinamarquesa, falecida aos 66 anos em 1967,
descreveu suas experiências com os alimentos vivos em uma pequena brochura
traduzida para varias línguas e está disponível em português na TAPS.
Deus
abençoe a todos grandemente!
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