A cura da
alma
Muitos
dos que iam ter com Cristo em busca de auxílio, haviam trazido sobre si a
enfermidade; todavia, Ele não Se recusava a curá-los. E quando a virtude que
dEle provinha penetrava nessas pessoas, elas experimentavam a convicção do
pecado, e muitos eram curadosde sua enfermidade espiritual, bem como da doença
física.
Entre
esses estava o paralítico de Cafarnaum. Como o leproso, esse paralítico perdera
toda esperança de restabelecimento. Sua doença era o resultado de uma vida
pecaminosa, e seus sofrimentos eram amargurados pelo remorso.
O
paralítico imergira no desespero. Ouviu então contar as obras de Jesus. Outros,
tão pecadores e desamparados como ele, haviam sido curados, e foi animado a
crer que também ele o poderia ser, se fosse levado ao Salvador.
Seu
grande desejo era o alívio do grande fardo do pecado. Ansiava ver a Jesus, e
receber a certeza do perdão e a paz com o Céu. Então estaria contente de viver
ou morrer, segundo a vontade de Deus.
Não
havia tempo a perder; sua carne consumida já apresentava indícios de morte.
Suplicou aos amigos que o conduzissem em seu leito a Jesus, o que empreenderam
satisfeitos. Tão compacta era, porém, a multidão que se aglomerara dentro e em
volta da casa em que estava o Salvador, que era impossível ao doente e seus
amigos chegarem até Ele, ou mesmo pôr-se-Lhe ao alcance da voz. Jesus estava
ensinando na casa de Pedro.
Repetidamente
procuraram os condutores do paralítico forçar caminho por entre a multidão, mas
nulos eram seus esforços. O doente olhava em redor com inexprimível angústia.
Como poderia ele abandonar a esperança quando tão perto estava o anelado
auxílio? Por sugestão sua, os amigos o suspenderam para o telhado da casa e,
abrindo o teto, baixaram-no aos pés de Jesus.
O
discurso foi interrompido. O Salvador contemplou a dolorosa fisionomia, e viu
os olhos súplices nEle cravados. Bem conhecia Ele o anelo daquela alma oprimida.
Fora
Cristo quem lhe infundira convicção à consciência quando ele ainda se achava na
própria casa.
Quando
se arrependera de seus pecados, e crera no poder de Jesus para restaurá-lo, a
misericórdia do Salvador lhe abençoara o coração.
Jesus
observava o desenvolver-se no primeiro tênue raio de fé a convicção de que Ele
era o único auxílio do pecador, e a vira se fortalecer a cada esforço por
chegar à Sua presença.
Fora Cristo que atraíra o sofredor a Si. Agora, em palavras que soavam qual música
aos
ouvidos atentos do enfermo, o Salvador disse: “Filho, tem bom ânimo; perdoados
te são os teus pecados.” Mateus 9:2.
O
peso da culpa cai da alma do doente. Não pode duvidar. As palavras de Cristo
revelam Seu poder de ler o coração. Quem pode negar Seu poder de perdoar
pecados? A esperança toma o lugar do desespero, e a alegria o do opressivo
acabrunhamento. Desaparece o sofrimento físico do homem, e todo o seu ser se
acha transformado. Sem mais nada pedir, repousa em tranquilo silêncio,
demasiado feliz para falar.
Então
aquele que havia sido levado num leito a Jesus pôs-se de pé com a elasticidade
e a força de um jovem. E “tomando logo o leito, saiu em presença de todos, de
sorte que todos se admiraram e glorificaram a Deus, dizendo: Nunca tal vimos.” Marcos 2:12.
Nada
menos do que poder criador é o que foi requerido para restituir à saúde aquele
corpo em decadência. A mesma voz que comunicou vida ao homem criado do pó da
terra infundira vida ao paralítico moribundo. E o mesmo poder que dera vida ao
corpo renovara o coração. Aquele que, na criação, “falou, e tudo se fez”, que
“mandou, e logo tudo apareceu” (Salmos 33:9),
comunicara vida à alma morta em ofensas e pecados. A cura do corpo era uma evidência
do poder que renovara o coração. Cristo mandou que o paralítico se erguesse e
andasse, “para que saibais”, disse Ele, “que o Filho do Homem tem na Terra
autoridade para perdoar pecados”. Mateus 9:6.
O
paralítico encontrou em Cristo tanto a cura da alma como a do corpo. Ele
necessitava saúde da alma antes de poder apreciar a do corpo. Antes de poder
ser curada a enfermidade física, Cristo precisava dar alívio à mente, e
purificar a alma do pecado.
Essa
lição não deve ser passada por alto. Existem hoje milhares de pessoas a sofrer
de doenças físicas, as quais, como o paralítico, estão ansiando a mensagem:
“Perdoados te são os teus pecados.” Mateus 9:2.
O fardo do pecado, com seu desassossego e desejos não satisfeitos, é o fundamento
de sua doença. Não podem encontrar alívio enquanto não forem ter com o Médico
da alma. A paz que tão-somente Ele pode comunicar restituiria vigor à mente e
saúde do corpo.
O
efeito produzido no povo pela cura do paralítico foi como se o céu se houvesse
aberto e revelado as glórias do mundo melhor.
Grande
regozijo houve na casa do paralítico quando ele voltou para a família, levando
com facilidade o leito em que fora penosamente conduzido dentre eles, pouco
antes. Reuniram-se ao seu redor com lágrimas de alegria, mal ousando crer no
que seus olhos viam. Ele ali estava no pleno vigor da varonilidade. Aqueles
braços que antes estavam sem vida, achavam-se agora prontos a obedecer-lhe à
vontade. A carne antes encolhida e arroxeada era agora fresca e rosada. Ele
caminhava com passo firme e desembaraçado. Alegria e esperança achavam-se
impressos em cada traço de seu rosto; e uma expressão de pureza e paz havia
tomado o lugar dos vestígios do pecado e do sofrimento. Alegres ações de graças
subiram daquele lar, e Deus foi glorificado por meio de Seu Filho, que restituíra a
esperança ao destituído dela, e força ao abatido.
Esse homem e sua família estavam prontos a dar a vida por Jesus. Nenhuma dúvida
ofuscava sua fé; nenhuma descrença lhes prejudicava a fidelidade para com
Aquele que lhes trouxera luz ao ensombrado lar.
(Fonte:
A ciência do Bom Viver)
http://saudeplenanamedicinadedeus.blogspot.com.br/
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